Os SUV estão ganhando cada vez mais participação no mercado, seja entre os carros seminovos ou entre os 0 km. Mas a pergunta que não quer calar: precisamos mesmo de tantos SUV no mercado? Vamos conferir alguns pontos sobre essa questão.

O QUE SÃO OS SUV?

Os SUV possuem alguns nomes bem conhecidos: Ford EcoSport, Hyundai Creta, Volkswagen T-Cross, Citröen C4 Cactus, Jeep Compass etc. A tendência é que isso só aumente: os SUV se tornarão ainda mais comuns do que já são, engolindo completamente outros mercados (como é o caso dos carros hatch e dos veículos sedans).

Ser um SUV significa respeitar alguns critérios como: distância do solo especificada, amplo espaço entre-eixos etc. A categoria possui diversos designs, alguns mais chamativos como os SUV Coupés (Volkswagen Nivus, FIAT Fastback e o Honda HR-V). Os SUV são divididos em: SUV compactos, SUV médios e SUV grandes.

A principal diferença entre eles está no tamanho que cada uma possui: um Volkswagen Nivus é bem menor que um Jeep Commander. A diferença de tamanho também reflete nos itens de série e, por fim, no preço.

TANTOS MODELOS DE SUV PARA COMPRAR SÃO MESMO NECESSÁRIOS?

Falar de compra de SUV é falar sobre emoção. Antigamente, ter um Toyota Corolla era sinônimo de status, mas os tempos mudaram: quanto maior o carro e mais alto, mais as pessoas valorizam ele. Hoje, os SUV são os campeões no quesito agregar status. Carros altos e imponentes sempre passaram uma sensação de poder ao consumidor.

Isto motivou não só a chegada de SUV, mas também de modelos como RAM Rampage, Ford Maverick e outras picapes médias vindo para o Brasil, ainda que seu preço seja mais elevado.

Agora a pergunta: qual o impacto deste tipo de veículos nas ruas? A resposta não é tão simples, então, vamos olhar para alguns mercados e descobrir essa resposta.

No Reino Unido vemos países cuja arquitetura urbana é formada por ruas estreitas, com vagas para estacionar que não foram projetadas para veículos grandes como um Toyota Corolla Cross ou um Nissan Kicks.

Já países como a França estudam medidas para desmotivar as pessoas a comprarem esses carros, aumentando o preço das vagas para veículos grandes. Por fim, na Índia, já existem incentivos às montadoras para produzirem veículos de pequeno porte.

Tais práticas são adotadas pelo fato destes países sofrerem com sua arquitetura que não comporta veículos tão grandes, gerando engarrafamentos absurdos e um verdadeiro caos no trânsito.

O Brasil também passa por situações semelhantes. Mercado que passaram por algum tipo de crise em seu desenvolvimento não possuem estrutura urbana para abrigar tais veículos, diferente de países como os Estados Unidos, que sempre possuiu rodovias largas para veículos como a RAM 2500. Aqui, grandes engarrafamentos surgem diariamente, além da falta de espaço para os próprios motoristas destes veículos, que sofrem com desconfortos diários em alguns casos.

ENTÃO, O QUE FAZER? OS SUV DEVEM ACABAR??

Resposta curta: não, e nem deveriam. Os SUV são conhecidos por entregarem uma experiência única de conforto e boa condução, aliada à uma beleza única. Esses veículos são conhecidos pelo luxo que entregam, contando com itens como câmera de ré, alerta de ponto cego, sensor de estacionamento traseiro, carregador de celular por indução etc Os problemas não são por conta dos veículos, e sim por conta do próprio mercado automotivo que vem, ao longo dos anos, empurrando esses carros goela abaixo nos consumidores.

O motivo para isto é simples: a margem de lucro das montadoras em SUV é muito maior do que nos demais veículos. Carros de maior valor agregado e que só chegam ao consumidor final são no varejo, que é de onde as montadoras querem tanto extrair sua renda.

No fim das contas, talvez não haja uma solução, mas existem alternativas que já vêm sendo exploradas por algumas montadoras. A BYD e a Great Wall Motors estão vindo com seus hatchs para o Brasil, como uma alternativa para este segmento que ainda possui representantes como o Volkswagen Polo Track e o Hyundai HB20.

Além disso, a própria BYD tem planos de criar um hatch médio baseado no BYD Dolphin, algo que seria interessante para o mercado global neste momento de expansão da empresa. Montadoras como a FIAT e a Volkswagen não ficam para trás: uma vez que possuem origem europeia e os hatchs são tão populares neste continente, já demonstraram interesse em manter esses veículos por mais algum tempo.

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